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Qual é a origem das Padarias?

05/04/2022
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É claro que a história das padarias é também uma história sobre o pão. Mas o alimento é tão antigo que mesmo os historiadores não sabem precisar a data de seu surgimento. Estima-se que tenha sido há cerca de 12 mil anos, na região da Mesopotâmia, onde hoje se localiza o Iraque. Porém, uma descoberta de 2010 coloca em cheque essa procedência: sinais de amido encontrados em pedras de moer de mais de 30 mil anos sugerem que o alimento possa ser bem mais antigo do que imaginamos.

Mesmo assim, é importante lembrar que os primeiros pães eram bem diferentes do que conhecemos hoje: feitos de farinha misturada ao fruto do carvalho, eles eram achatados, duros e secos. Para comê-los, era preciso lavá-los diversas vezes com água fervente, para tirar o amargor. Depois disso, os pães eram assados sobre pedras quentes ou debaixo de cinzas. Essa técnica foi usada até cerca do ano 7.000 a.C., quando os egípcios passaram a usar os primeiros fornos de barro para assar pães – e aí a coisa melhorou bastante.

E as Padarias?

Até pouco tempo estimava-se que os locais de venda do nosso pãozinho ao público só tivessem surgido por volta do ano 140 a.C, em Roma. Mas a história do pão revela que as panificadoras podem existir desde o antigo Egito.

É o que sugere também uma descoberta feita por uma equipe de arqueólogos americanos em 2002, que diz ter encontrado a padaria mais antiga do mundo, no Oásis de El-Kharga. O local é datado de 3.000 a.C. e acredita-se que tenha sido usado pelos egípcios para produzir o chamado “pão do sol” – que, por sinal, é consumido até hoje na região. O espaço contava com bandejas, um forno e outros utensílios para a produção de pães. Por sinal, assar pão em grande escala parece ter sido a principal ocupação das pessoas que viviam por ali – e estima-se que grande parte do alimento produzido era usado para alimentar o Exército que passava pela região.

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A participação dos egípcios na criação da receita é inegável. Acredita-se que foram eles que cultivaram o levedo para a fermentação da massa de pão – embora alguns historiadores sugiram que o fermento possa existir desde a pré-história. E, se os egípcios foram importantes na evolução do nosso pãozinho, a recíproca também é verdadeira. O alimento era tão importante para os moradores da região que o termo “ganha-pão” faria mais sentido do que nunca por lá: o salário de um dia de trabalho era pago com três pães e duas canecas de cerveja.

Apesar disso, foi em Roma que as padarias começaram a tomar forma, com a criação das primeiras escolas de padeiro e dos primeiros comércios de pão. No século II a.C, os padeiros gozavam de grande prestígio na sociedade romana, sendo até mesmo isentos de alguns impostos. No mesmo período, surgiu a primeira associação de padarias e panificadores de que se tem notícia. Acredita-se que muito do que os romanos sabiam sobre a produção de pães tenha sido absorvido da cultura grega, já que muitas padarias eram pertencentes a imigrantes gregos que viviam em Roma. E, com o conhecimento de mais de 70 receitas de pão, não era de se estranhar que a “política do pão e circo” tenha surgido por lá…

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Com a queda do Império Romano, o comércio de pães passou a ser escasso e só voltaria a tomar força novamente no século XII, quando padarias eram instaladas nas ruas dos burgos e cidades. Foi também nessa época que a receita começou a se espalhar pelo mundo: na França, eram registradas uma variedade de 20 tipos de pães, enquanto a Itália seguia desenvolvendo novas técnicas de panificação. Na mesma época, na Áustria, o rei Henrique II passou a estabelecer medidas, pesos e escalas para o pãozinho.

No Brasil, a receita chegou para ficar por volta de 1835, no Rio de Janeiro, capital do país na época. Desde então, o nosso pãozinho francês (que por sinal é uma receita bem brasileira) é presença confirmada nas padarias de todo o país.

De lá pra cá, os fornos evoluíram muito: em 1872, os primeiros fornos à gás começavam a aparecer na Inglaterra, mas foi apenas em 1901 que o forno elétrico foi inventado, facilitando ainda mais a expansão da receita. Assim, por volta de 1915, as padarias começaram a passar por uma fase de modernização, com fornos e equipamentos especiais para produção do pãozinho nosso de cada dia.

Hoje, as inovações no setor são tantas que já existem até mesmo padarias testando drones para realizar a entrega de pães fresquinhos aos consumidores. Resta saber quais serão as próximas novidades para os apaixonados por pães.

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